segunda-feira, dezembro 15, 2008

Fantasia

O que é a vida e o que é a morte?
Serei assim tão cega para encontrar o teu caminho
Da salvação de um espírito julgado forte
Que deambula pela noite, sozinho,
Ouvindo o teu silêncio pregando os meus pecados
De uma vida estilhaçada em pedaços.


É o medo do escuro que cresce em mim
Que um dia ganhará vida
Cada vez mais se aproxima o fim,
A minha alma foi a escolhida
E para carregar esta injusta escolha
Terei de ler a minha existência, folha a folha.


O medo inunda a minha pobre alma
Até um ponto sem retorno,
Mesmo em pânico, sinto-a calma
Onde a razão não é simples adorno
Que estrangula o meu instinto,
E é por isso que não sinto,
Finjo, mas nunca minto.


À medida que adormeço, flutuo…
Unindo-me hermeticamente com o vento
Quem eu queria mesmo conhecer eras tu
E finalmente chegou a hora, o tempo
Num espaço aberto, isolado
Onde qualquer um permanecerá enfeitiçado.


O mundo parece ter-se transformado
Embora eu saiba que nada mudou
Tudo isto é falso, meramente imaginado
Fruto da imaginação de quem sonhou
Uma realidade de verdade
A utopia da eterna felicidade.


Sonhando durante todo este tempo
No teu mundo de fantasia, sem alento
Quem consegue acordar
Para a nossa existência questionar?
A essência do sentimento,
A razão de pensar.



Poema feito no meu 12º semi-baseado na temática de Fernando Pessoa. Comecei, tal como tantas outras pessoas, a ter interesse em textos poéticos graças a este grande senhor. O meu obrigada.

3 comentários:

Miguel disse...

Muito bom este teu texto :)

Beijinho

Miguel disse...

Desejo um Feliz Natal :)

Beijinhos

Miguel disse...

Grande e Excelente 2009 :)

Tudo de Bom para ti :D

Beijinhos