quarta-feira, abril 16, 2008

No Comboio


Aquele ritual monocórdico, embora fugaz
Sempre a mesma voz anunciando a partida,
Deixam as famílias para trás
Para ganhar o pão, lutar pela vida!


Olhares que se cruzam e se tentam evitar
Música altíssima, dormita-se ou lê-se o jornal
Cada solitário ocupado no seu lugar
Reprimindo emoções que teimam expressar.


Havia um grupo de amigos na carruagem
Que conversava alegremente sobre a vida,
Os demais desejando que se calassem
Preferem o silêncio durante a corrida.


Este individualismo que assola a sociedade
E a solidão que repele ao invés de atrair
Condenam cada um à tristeza e saudade
Quando vemos alguém querido partir!




Poema escrito na viagem Azambuja -> Oriente

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